Saúde
Passos lentos para atingir a meta vacinal
Ainda falta a aplicação de mais de 54 mil doses em Pelotas
Paulo Rossi -
A dez dias do final da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, apenas 51,3% do público-alvo de Pelotas recebeu a dose que protege de três tipos de vírus Influenza: A (H1N1), A (H3N2) e B. O objetivo dessa edição é atingir a meta de 95% de cobertura vacinal, o que representa uma parcela superior a 119 mil pelotenses. Até o dia 31, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do munícipio e o Centro de Especialidades possuem as doses para aplicação gratuita dos componentes dos grupos prioritários.
Entre as 125,6 mil pessoas que fazem parte dos grupos mais vulneráreis, ainda falta a aplicação de mais de 54 mil doses. Dos recortes, o grupo da população indígena e dos professores está à frente dos demais, com uma cobertura vacinal de 86% e 73%, respectivamente. A mais baixa é a do grupo dos trabalhadores da saúde, com 34% - ainda precisam se vacinar 12,3 mil profissionais. "Provavelmente não vamos atingir a meta até o dia 31", admite a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Rita de Cássia Carvalho. A expectativa é de que o Ministério da Saúde prorrogue a campanha, como ocorreu nos outros anos. Quando essa decisão é tomada, a campanha se prolonga por cerca de 15 dias.
A procura no Centro de Especialidades é intensa, o que deve aumentar ainda mais com a proximidade do final do período de vacinação. Cristiano Silva, por exemplo, esteve ontem no local para receber a dose. Ele é uma das pessoas que se vacina anualmente. Em 2007 ele foi diagnosticado com pneumonia. A gripe e a pneumonia são doenças diferentes, mas ambas podem levar à morte. "Depois disso, sempre tomei", afirmou. Outro fator que o levou a procurar a dose esse ano é a vinda do pequeno Lennon, filho que está prestes a nascer. A recomendação foi do médico da família e a esposa, Vivian, também já se vacinou.
O clima da cidade pode ser uma das justificativas pela caminhada lenta rumo a meta vacinal, explica a enfermeira Rita. Já que o frio rigoroso ainda não se instalou na região, a vacinação acaba ficando de lado. "O frio convence a população", salienta. Apesar das temperaturas ainda amenas, a previsão do tempo estima que o frio chegue a cidade nos próximos dias.
A prevenção deve vir em primeiro lugar, independente das temperaturas. "A vacina é prevenção, não tem como ser pior que a doença", lembra Rita. Quem pode se dirigir as UBSs e ao Centro de Especialidades para receber as doses gratuitas é o recorte populacional mais vulnerável à doença. A escolha dos grupos segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e é baseada em estudos epidemiológicos, de acordo com o comportamento em casos de infecções respiratórias. Assim, são priorizadas as populações com maior chance de complicações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave.
As unidades atendem a população conforme a moradia, já o Centro de Especialidades recebe todos moradores. Ele fica na rua Voluntários da Pátria, 1.428 - fica aberto das 7h30min até as 19h, mas as fichas são distribuídas até as 16h.
Grupos prioritários para a vacinação:
- Crianças (maiores de seis meses e menores de seis anos)
- Gestantes (em qualquer período de gestação)
- Puérperas (mulheres até 45 dias após o parto)
- Trabalhador da saúde - Pessoas com 60 anos ou mais
- Professores - Policiais, bombeiros e militares
- Doentes crônicos (doenças crônicas respiratórias, cardíacas, renais, neurológicas ou hepáticas, diabetes, imunossupressão, obesidade, transplantados ou pessoas com trissomias)
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